segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A FLAGELAÇÃO!


Era de muito tempo que suplicava a Jesus afim de que me tirasse todos os sinais externos, mas Jesus invés acrescentou outro; fez-me experimentar pequenas partes da sua flagelação; às dores das mãos, pés, cabeça e coração acrescentaram também alguns outros. Seja sempre agradecido. Lá pelas cinco horas comecei a sentir uma dor tão forte dos meus pecados, que me parecia de estar fora de mim: mas a este pavor logo apareceu à esperança na misericórdia de Deus e logo me acalmei.
Não experimentava ainda nenhuma dor; depois de mais ou menos uma hora me pareceu de ver o meu anjo da guarda que tinha na mão duas coroas: uma de espinhas, feita a forma de chapéu e a outra de lírios branquíssimos. A primeira impressão este anjo me deu um pouco de medo, mas depois, alegria; juntos, adoramos a grandeza de Deus, gritamos; "Viva Jesus!" forte e depois, mostrando-me as duas coroas, me perguntou qual preferia. Não quis responder, porque padre Germano me o havia proibido, mas insistiu, dizendo-me que era ele que o mandava e para dar-me um sinal que verdadeiramente era ele que o mandava me benzeu na maneira que era hábito ele fazer e fez a oferta de mim ao eterno Pai, dizendo-me que esquecesse naquela noite a mim mesma e pensasse aos pecadores.
Fui influenciada por estas palavras e respondi ao anjo que escolheria aquela de Jesus; mostrou-me aquela de espinhas e me a deu; a beijei diversas vezes e o anjo sumiu, depois de tê-la colocada sobre a minha cabeça. Comecei então a sofrer, nas mãos, pés e na cabeça; mais tarde, no corpo inteiro e sentia fortes socos. Passei a noite deste modo; com força me levantei na manhã seguinte, para não dar na vista; os socos e as dores até às duas; nesta hora apareceu o anjo (e para dizer a verdade, quase não podia ficar em pé) e me fez estar bem, dizendo-me que Jesus tinha tido compaixão de mim, porque sou pequenina e era incapaz de chegar a sofrer até a hora que Jesus expirou.
Depois estive bem; porém eu sentia todos os ossos e mal me podia aguentar em pé. Mas uma coisa me afligia: via que os sinais não tinham desaparecido, nos braços e em qualquer outra parte do corpo (notei enquanto me vestia) havia manchas de sangue e alguns sinais de socos. De manhã, quando fiz a comunhão, rezei com mais fervor a Jesus, que me tirasse os sinais e me prometeu que no dia da sua Paixão me teria tirado. Soube que a Paixão era terça feira e sexta-feira não deveriam mais passar.
A última sexta-feira, dos sinais na cabeça, nas mãos, nos pés e no coração não mais existia; mas Jesus pela segunda vez me fez sentir novamente alguns socos: me veio um pouco de sangue em algumas partes do corpo, mas espero  que Jesus logo me tirará também estas.
                                                                                                                                                
                                                                                                                                                          
                                                                                                                                                A pobre GEMMA.

CONTINUA...

Fonte: http://digilander.libero.it/raxdi/porto/flagellazione.htm

domingo, 12 de agosto de 2012

Gemma e seu Santo Anjo da guarda!


Na manhã do dia 25 de março, Jesus se fez presente à minha alma mais vezes: sentia um recolhimento interno, que por graça de Deus nada podia me distrair; ao meio dia sinto que o meu anjo me bate no ombro e me diz: «Gemma, venho em nome de Jesus a exaurir a sua promessa». Não sabia o que pensar; fiquei admirada em escutar aquelas palavras. “«Filha» acrescentou, «eu sou o teu guarda, mandado da Deus; eu venho para fazer-te entender um mistério, maior que todos os outros mistérios”.” Era estupefata, ainda não entendia... O meu anjo percebeu e me disse: “Lembras, 12 dias atrás, aquilo que te prometi”?. Pensei e logo me veio a mente. "Sabes, oh minha filha, que eu te falarei sobre Maria Santíssima, de uma moçinha tão humilde diante do mundo, mas de uma infinita grandeza diante de Deus; te falarei da mais linda, da mais santa de todas as criaturas; da filha predileta do Altíssimo, daquela que vinha destinada à incomparável dignidade de mãe de Deus".
... Era já noite adentro e Maria Santíssima estava sozinha no seu quarto: rezava, era toda compenetrada em Deus. De repente aparece uma grande luz naquele mísero quarto e o arcanjo, transformando-se em corpo humano e circundado da um numero infinito de anjos, vai perto de Maria, reverente e majestoso. A reverência como Senhora, sorri a ela como anunciador de uma bela noticia e com doces palavras assim lhe diz: "Ave, o Maria, o Senhor é com ti. A bendita tu és entre todas as mulheres". O belo, o grande e sublime augúrio, que na terra nunca se escutou nem se escutará jamais!
..."Apenas o arcanjo celeste pronunciou estas palavras, silenciou, quase esperando o sinal dela para explicar a sua divina embaixada. Maria, porém, escutando a surpreendente saudação, se inquietou; se calou e pensava. Mas talvez crias, ó filha minha, que a Maria não tivessem descido os anjos do paraíso? Ela a cada momento gozava da visita e dos doces colóquios... Ela não vai investigar na sua mente o significado misterioso, mas se inquieta porque; acredita ser indigna da saudação Angélica. Ah! Filha minha", me repetia, "se Maria tivesse sabido quanto a sua humildade fosse de agrado ao Senhor, não se teria sentido indigna dos obséquios de um anjo. "Como, dizia para si mesma, "um anjo de Deus me chama cheia de graça, enquanto eu me reconheço não merecedora de qualquer divino favor? "Como, pensava Maria, "um anjo do paraíso me chama bendita entre as mulheres, enquanto sou entre as mulheres a mais inútil, a mais vil, a mais abjeta? Qual mistério se esconde atrás do véu desta sublime saudação?...

"À saudação do anjo, Maria não havia dado nenhuma resposta; então Gabriel para acalmá-la repetiu: “Não temer, o Maria, tu és a única que encontrou graça diante o Altíssimo”. Deste momento conceberás no teu seio um filho, o chamará com o nome de Jesus e da todos será chamado Filho do Altíssimo: a ele será dado o trono de Davi, reinará em eterno e o seu reino não terá fim". Com estas sublimes palavras o arcanjo explicou tudo o que devia a Maria... "O anjo já havia manifestado à Virgem o mistério da grande missão, isto è, que ela estava para ser a mãe do Filho do Altíssimo. Mas ela, olhando na direção do anjo, lhe disse: "E em que modo poderá acontecer isto, se eu conservo o meu candor virginal?”(Já tinha sido prognosticado por Isaias, que dizia que o Cristo devia nascer da mãe virgem)... Saiba, aqui me disse o meu anjo, "que Maria Santíssima, com um exemplo jamais ouvido, desde início da sua vida tinha consagrado ao celeste esposo das almas castas a sua flor virginal e, mesmo que não fosse sujeita a tentações, não havia deixado de conservar aos seus lirios entre as espinhas da mortificação.

"Refleti", me dizia, "como Maria Santíssima silenciou a todas as coisas que se referiam ao grande mistério, somente falou e se demonstrou aberta, quando ouviu tratar do seu puro candor e se colocou perto daquele anjo de Deus com doce vontade… Entendeu, ó filha, quanto Maria amasse esta bela, angélica, celeste virtude? Mas quem te acredita que a amasse mais? Jesus ou Maria? Certamente Jesus que nunca teria escolhido uma mãe, se não virgem pura, imaculada. O anjo Gabriel respondeu: “Maria, o Espírito Santo descerá sobre ti, a virtude sublime do Altíssimo te cobrirá; e, porém aquele que nascerá da ti santo será o verdadeiro Filho de Deus”. A este ponto te informo que Isabel, tua parente, na sua velhice concebeu um filho e é já ao sexto mês, aquela que dizia ser estéril porque lembras que a Deus nada é impossível". O anjo Gabriel continuou a Maria Santíssima com estas palavras: "Estai tranquila e consola-te, ó virgem bendita: o divino espirito será aquele que descerá para fecundar as tuas vísceras imaculadas. Oh onipotente virtude do Altíssimo operará em ti um novo prodígio que, conservando ao mesmo tempo a honra de virgem, te dará a alegria de mãe. O santo, que conceberás no teu seio, não será que o Filho de Deus". Com estas palavras o arcanjo Gabriel revelava o arcano, explicava o mistério, tranquilizava Maria.

"Enfim tudo foi feito, não faltava que a última palavra de Maria, porque a virgem fosse mãe de Deus. O Verbo divino, gerado do Pai no esplendor dos santos, não devia ter pai na terra, assim como mãe não teve no céu. E Maria, sendo eleita genitora do Unigênito do divino Pai, se transformava do mesmo Pai, a unigênita filha. Sendo ela a virgem que devia dar os humanos membros ao Verbo divino, era elevada à dignidade de mãe do Filho de Deus. Sendo Maria aquela, sobre a qual teria descido o Espírito Santo, que coberta com a sua virtude onipotente a teria feita mãe virgem de um filho Deus, era por isso elevada à grandíssima honra de esposa ao Espírito Santo. "Explicado o enigma, tranquilizada completamente a virgem, o mensageiro divino silenciava, ansioso esperando a sua resposta, isto é, a autorização de Maria à encarnação do Verbo eterno..”. e responde: "Eis a serva do Senhor, seja feito de mim segundo a tua palavra". Tudo é feito, Maria é a mãe do Filho do Altíssimo. A estas palavras exulta o céu, se consola o mundo inteiro. O anjo reverente se prostra diante à sua senhora e depois pega o voo e volta ao paraíso.

Maria, no ato de aceitar a altíssima dignidade de mãe de Deus, se declarava humildemente serva do Senhor. Esta humildade profundíssima, em que a encontrou recolhida e quase abandonada o anjo do Senhor, não faltou à gloriosa saudação e a mais gloriosa proposta de ser a mãe do Verbo divino. "Maria tinha então proferido o prodigioso fiat, e em um instante, formado do divino Espírito no seu seio, da puríssima virginal substância, um tenro e perfeito corpinho e unindo uma alma humana, se juntaram em simbiose, à divina Pessoa do Verbo. O milagre! Aquele Deus, que não pode ser contido na grandeza dos céus, está dentro do ventre de Maria. Aquele Deus, que sustenta com um dedo a grande máquina do universo, é sustentado pelo puro seio de uma virgem. Quem pode dizer portanto qual seja a grandeza da alegria que inundou e incendiou a alma de Maria naquele feliz momento em que se transformou em mãe do Filho de Deus? O Rei dos Reis, o grande Senhor dos dominantes colocou o seu trono no seio de Maria. Um infinito gaudio inundou Maria, quando se fixou na infinita luz e pode mirar os arcanos esplendores da divindade. "Aceitando Maria a incomparável dignidade de mãe de Deus, aceitava o generoso dever de mãe do humano género. Devemos alegrar-nos: Maria, dando o seu consentimento ao anjo, nos adotou como filhos e se transformou na mãe de todos nós".


André Reis.